Tecnologia é um dos elos da Economia Circular
Plano de ação mundial para refrear impactos ambientais é um convite para repensar tudo
Mudar: a forma de agir, de pensar, de consumir, de produzir, de armazenar. Essa é a proposta da Economia Circular, um projeto iniciado em 2016 e trazido para a prática três anos depois. O plano consiste em aplicar 54 diretrizes neutralizadoras dos impactos climáticos, abrindo caminho para uma coexistência menos nociva entre a indústria de bens e serviços e os ecossistemas.
Apesar de o principal foco da ação ser estimular uma nova cultura da produção, consumo, descarte e reciclagem de materiais, a Economia Circular também incentiva o uso de tecnologia para monitoramento desse trabalho. Se, no conceito, os bens de consumo precisam alongar seu ciclo de vida e evitar descarte, a operacionalização desse ciclo é bastante facilitada pela tecnologia, com alto grau de interação entre a cadeia produtiva, a de serviços e a consumidora.
Em termos práticos, o pensamento circular faz com que, em vez de descartar uma máquina de lavar roupas, o consumidor pense antes em repassá-la a outra pessoa, realizar o reparo, ou até envolver o fabricante no descarte, para que as peças sejam reutilizadas na produção de novo maquinário (downsizing). Afinal, “jogar fora” nem mesmo existe, num planeta que é finito.
Mas o exercício da economia circular não se limita à indústria. Ele abrange também o consumo de bens naturais, como recursos hídricos, resíduos biológicos que se transformam em energia – e a própria energia como parte do processo produtivo. Cada conquista vale ouro, e não só do ponto de vista da eficiência corporativa, mas da durabilidade do planeta.
Com foco na eficiência do consumo e manutenção de recursos e infraestrutura municipal, o app QZela está em consonância com a cultura da Economia Circular. Trata-se de uma ferramenta gratuita com a qual o próprio munícipe pode reportar problemas de zeladoria urbana e acompanhar as soluções. O aplicativo oferece um menu com 36 segmentos, que permitem ao usuário relatar mais de 400 problemas da cidade.
As empresas que dispõem do acesso à plataforma QZela Corp, por sua vez, recebem as demandas municipais e podem executar ações preventivas ou de manutenção. “Poder receber as demandas geradas diretamente pelo cidadão permite às empresas reduzir custos e aumentar a eficiência, gerando benefícios para todos os envolvidos. Todos ganham”, diz Roberto Badra, CEO da Westars TG, empresa desenvolvedora do aplicativo.
Entre as barreiras ainda encontradas para a aplicação da Economia Circular, estão a carência de mais incentivos tributários, sensibilização para mudança de mentalidade, avaliação de oportunidades de negócio e melhores políticas ou iniciativas do chamado “pós consumo”. Além disso, é necessário haver uma legislação mais abrangente e melhores políticas públicas. Nesse sentido, o app QZela contribui com a mudança, oferecendo tecnologia em prol da integração entre munícipes, poder público e gestores, ao reduzir custos e aumentar a eficiência de serviços e a sustentabilidade dos recursos.